Tenho pensado que... não quero chegar aos 95 anos de idade.
Tenho pensado que... sinto muita falta de alguns amigos.
Tenho pensado que... me faltam algumas ambições.
Tenho pensado que... estar magro é melhor que estar gordo.
Tenho pensado que... morar sozinho é, de fato, ter outra vida.
Tenho pensado que... um convite feito, mesmo que não não se possa aceitá-lo, continua a ser um convite feito, uma inclusão.
Tenho pensado que... um convite que não é feito, mesmo que já se espere que ele não venha, continua a ser um convite não feito, uma exclusão.
Tenho pensado que... nunca amadurecemos o suficiente.
Tenho pensado que... quando o touro é seu, o melhor é pegá-lo, você mesmo, pelo chifre.
Tenho pensado que... há tantos lugares que gostaria de ir logo, antes que seja tarde.
Tenho pensado que... meus sobrinhos estão espertos demais.
Tenho pensado que... mais um fim de ano se aproxima e eu já não vejo graça em viver esta época, que para mim já foi tão feliz.
Tenho pensado que... hoje eu tenho defeitos que não tinha.
Tenho pensado que... sempre haverá caminhos a percorrer e reportagens a fazer.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Há como mensurar cansaços?
Havia me esquecido o que é viver um verdadeiro cansaço.
Não o mero cansaço físico, de pernas e costas doendo, de pálpebras pesadas.
Não o mero cansaço de um trabalho estressante e às vezes repetitivo.
Não o mero cansaço de prazos que se esgotam e daquela sensação que você não fez o melhor.
Não o mero cansaço de pessoas, daqueles que fatigam o espírito, corrompe suas virtudes e realçam seus defeitos.
Não o mero cansaço de si próprio, em que você já evita pensar sobre si para não se decepcionar ainda mais.
Não o mero cansaço dos problemas alheios que não há como você resolver, mas que permanecem lhe atormentando.
Não o mero cansaço que vem da insegurança, da ansiedade, da descrença.
O verdadeiro cansaço é aquele em que todos estes cansaços cotidianos, diários, até inofensivos, se juntam e se intensificam. É o cansaço que não lhe permite dormir direito, que o deixa irritadiço, que dá vida a fantasmas que pensava superados, que questiona seu presente e prognostica um futuro ruim.
Quando se cansa tanto assim, não adianta uma noite de descanso, de pouco vale um sonho prestes a se realizar. O cansaço não lhe deixa ver nada muito além dele próprio: O CANSAÇO.
Segunda-feira, uma das grandes motivações do meu cansaço será repassada a outras mãos, para que avaliem meu empenho. Meu empenho será avaliado, mas ninguém medirá meu cansaço.
Há como mensurar cansaços?
Não o mero cansaço físico, de pernas e costas doendo, de pálpebras pesadas.
Não o mero cansaço de um trabalho estressante e às vezes repetitivo.
Não o mero cansaço de prazos que se esgotam e daquela sensação que você não fez o melhor.
Não o mero cansaço de pessoas, daqueles que fatigam o espírito, corrompe suas virtudes e realçam seus defeitos.
Não o mero cansaço de si próprio, em que você já evita pensar sobre si para não se decepcionar ainda mais.
Não o mero cansaço dos problemas alheios que não há como você resolver, mas que permanecem lhe atormentando.
Não o mero cansaço que vem da insegurança, da ansiedade, da descrença.
O verdadeiro cansaço é aquele em que todos estes cansaços cotidianos, diários, até inofensivos, se juntam e se intensificam. É o cansaço que não lhe permite dormir direito, que o deixa irritadiço, que dá vida a fantasmas que pensava superados, que questiona seu presente e prognostica um futuro ruim.
Quando se cansa tanto assim, não adianta uma noite de descanso, de pouco vale um sonho prestes a se realizar. O cansaço não lhe deixa ver nada muito além dele próprio: O CANSAÇO.
Segunda-feira, uma das grandes motivações do meu cansaço será repassada a outras mãos, para que avaliem meu empenho. Meu empenho será avaliado, mas ninguém medirá meu cansaço.
Há como mensurar cansaços?
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Escrever menos
Estou escrevendo menos no blog porque ando escrevendo demais em todo lugar.
Escrevo muito no jornal para ganhar meu pão, para exercitar minha vocação, para sentir um pouco mais de sentido no que faço e na vida que escolhi e que me escolheu.
Escrevo muito em casa para tentar suprir minhas deficiências de pesquisador, minha ignorância diante de tanta sabedoria, para refletir a respeito de meu ofício, para tentar dar algum tipo de contribuição menos efêmera. Não escreveria por títulos, porque neles não tenho tanta fé. Sou jornalista e sei que títulos podem ser mentirosos. Escrevo muito para não sentir que esteja fazendo parte de uma mentira assim.
Escrevo muito a toda hora porque tenho escrito mais a pessoas de quem tenho saudade, que me fazem muita falta, que quando vejo de perto, às vezes apenas uma vez por ano, dá vontade de abraçar e ficar grudado. Escrevo a eles para demonstrar meu carinho e para que não se esqueçam de que fazem parte de minha vida, em lugar especial.
Escrevo muito (agora menos, é verdade) sobre o que vejo na rua, mas que não é notícia. É apenas o trivial e o comum. Na crônica, me realizo como alguém que escreve porque sinto mais prazer nas palavras que elaboro e encadeio.
Ainda não escrevi o que quero, mas tenho feito algumas tentativas capengas neste sentido. Quem sabe, um dia, só escreverei o que desejo escrever.
Minha vontade, porém, é de escrever menos. Ao escrever menos, acredito que me sentirei envolvido em menos lutas, que estarei menos cansado para não fazer nada, para cuidar de coisas que não tenham tanta relação com a palavra. Escrever menos passou a ser uma meta.
Escrevo muito no jornal para ganhar meu pão, para exercitar minha vocação, para sentir um pouco mais de sentido no que faço e na vida que escolhi e que me escolheu.
Escrevo muito em casa para tentar suprir minhas deficiências de pesquisador, minha ignorância diante de tanta sabedoria, para refletir a respeito de meu ofício, para tentar dar algum tipo de contribuição menos efêmera. Não escreveria por títulos, porque neles não tenho tanta fé. Sou jornalista e sei que títulos podem ser mentirosos. Escrevo muito para não sentir que esteja fazendo parte de uma mentira assim.
Escrevo muito a toda hora porque tenho escrito mais a pessoas de quem tenho saudade, que me fazem muita falta, que quando vejo de perto, às vezes apenas uma vez por ano, dá vontade de abraçar e ficar grudado. Escrevo a eles para demonstrar meu carinho e para que não se esqueçam de que fazem parte de minha vida, em lugar especial.
Escrevo muito (agora menos, é verdade) sobre o que vejo na rua, mas que não é notícia. É apenas o trivial e o comum. Na crônica, me realizo como alguém que escreve porque sinto mais prazer nas palavras que elaboro e encadeio.
Ainda não escrevi o que quero, mas tenho feito algumas tentativas capengas neste sentido. Quem sabe, um dia, só escreverei o que desejo escrever.
Minha vontade, porém, é de escrever menos. Ao escrever menos, acredito que me sentirei envolvido em menos lutas, que estarei menos cansado para não fazer nada, para cuidar de coisas que não tenham tanta relação com a palavra. Escrever menos passou a ser uma meta.
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