É sempre bom ouvir os clássicos de um gênio como Tião Carreiro. Isso porque a gente sempre se identifica com alguns dos versos, com algumas das situações.
Meu momento agora é de "Navalha na Carne".
Eu, num acesso incalculável de pretensão, acredito até que a canção foi inspirada em mim.
Com tanta coisa para fazer ao mesmo tempo, com visitas a cardiologistas e riscos cardíacos elevados, dá vontade de cantar:
É muita navalha na minha carne
É muita espada pra me furar
Muitas lambadas nas minhas costas
É muita gente pra me surrar
É muita pedra no meu caminho
É muito espinho pra eu pisar
É muita paixão e muito desprezo
Não há coração que possa aguentar
Quando obstáculos inacreditáveis surgem no caminho de um projeto acalentado, dá vontade de cantar:
É muito calo na minha mão
É muita enxada pra eu puxar
É muita fera me atacando
É muita cobra pra me picar
É muito bicho de paletó
Estão de tocaia pra me pegar
A maldade é grande, Deus é maior
Abre caminho pra eu passar
Quando testam os limites da minha paciência, quando dizem coisas que não mereço ouvir, quando enchem o meu saco, dá vontade de cantar:
É muita serra pra eu subir
É muita água pra me afogar
Muito martelo pra me bater
Muito serrote pra me serrar
É muita luta pra eu sozinho
É muita conta pra eu pagar
É muito zape em cima do ás
Mas a terra treme quando eu trucar
Quando as cobranças recaem sobre o aluno e o professor ao mesmo tempo, quando a solidariedade é substituída pela agressão, dá vontade de cantar:
É muita salmoura pra eu beber
É muita fogueira pra me queimar
É muita arma me apontando
É uma grande guerra pra me matar
É muita corda no meu pescoço
É muita gente pra me enforcar
Por aí tem gente que quer meu tombo
Mas Deus é grande, não vai deixar
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
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3 comentários:
Ei, grava um cd de vc cantando isso pra mim...kkk
... deixa não. certeza absoluta!
quero o cd autografado.
bjo!
Viva Tião Carreiro
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