sábado, 8 de novembro de 2008

É uma cadela



Vamos celebrar nossa vaidade



Lili, tão bonitinha. Parece uma princesinha. Branquinha, cheirosinha, arrumadinha. Vestido branco para o seu aniversário de um aninho. Meu bebê. Gud, gud!!!! Parece até que já entende que tudo isso é pra ela. Menina esperta! Todos os seus amiguinhos foram convidados. Todos aqueles que brincam com ela no parque, no play do condomínio fechado em que mora. Lacinho rosa na cabeça, perfume francês especial para a ocasião. Um bolo exclusivo foi encomendado na confeitaria que sempre organiza as festas da família. Tenho certeza de que ela vai adorar essa receita de bolo de filé (?!) E os brigadeirinhos de ração importada, então (????!!!!!!)


É, Lili é uma cadelinha de uma raça impronunciável, mais feia que a morte. Mas a dona a acha linda e não percebe que se o bicho gostasse da fruta, seria o próprio capeta chupando manga. Mas é a Lili, a xodozinha da madame, aquela que tem todas as mordomias, a paparicada, que tem até uma babá. Por tratar a cadela como gente, a patroa trata a babá como cachorro. Mas quem pode, pode, não é mesmo? Vamos celebrar nossa vaidade em suas mais absurdas demonstrações de afetação.


Mas há horas em que essa gente tão ocupada em divertimentos caninos se cansam, sabe? Cansam, cansam... Dizem assim: cansei! Dondoquices e afetações cansam, acha que não? Ir a cabeleireiro fazer penteados vistosos, empastar o rosto de maquiagem, cuidar do modelo do vestido, ir a Nova York, esquiar em Aspen, escolher o carro novo, preparar aniversário de cachorro. UFA!!!! Claro, tem ainda a bala perdida, tem o desemprego, a violência, a fome. Claro, eles também se preocupam com isso. Fazem até chás beneficentes para cuidar do assunto com as amigas. Aproveitam para falar mal das ausentes, fofocar sobre possíveis traições na alta roda, mas comparecem com as contribuições que mostram toda a generosidade que têm.


Uma generosidade para os despossuídos que dá, mais ou menos, uns 20% do que a dona da Lili gastou com a cadelinha de luxo. Mas a Lili é como um membro da família. Merece a festinha, ora. Ou você acha que é fácil cuidar de um cachorro de raça, que precisa estar cercado de todos os cuidados. É como uma criança. Branquinha, peludinha, cheirosinha, com vestidinho e laço rosa. Coisa mais linda, Lili!

2 comentários:

Marina disse...

Vc precisava ver a cachorrinha que vi ontem. Pobrezinha, pintada de rosa...E parece que tava odiando!

Anônimo disse...

Oi amigo! Saudades! Veja bem, o Cacà, falecido, tinha duas camisetas e uma blusa de frio. Ele sentia frio, juro! Mas eu nunca fiz aniversario pra ele. Ele era so meu companheiro. Mas conheco um monte de exagerados por ai. Alguns bem proximos.
Querido e como esta de casa nova? To doida pra visita-la. Beijosssssssss