Quero agradecer demais aqui a todos, todos mesmo que possibilitaram uma conquista tão importante para mim. A defesa da tese na UnB, terça-feira, é um dia que sempre lembrarei, não só pelo resultado muito positivo, mas também pelo grande número de manifestações de amizade que recebi antes, durante e depois de passar pelo crivo de uma banca poderosa. Muitas coisas passam pela nossa cabeça em momentos assim. Lembrei-me de como ingressei no doutorado, quase no susto, prestando a seleção como experiência e passando em primeiro lugar. Me lembrei de como tive de mudar totalmente minha rotina durante 1 ano e meio, indo e vindo de Brasília semanalmente (em dois semestres, essa viagem ocorria duas vezes por semana) para cumprir os créditos. Lembrei-me de tantos finais de semana que dediquei à tese, recusando convites para sair, deixando de ver o filme que queria ver, ficando até de madrugada lendo e escrevendo. Lembrei-me de todos os sacrifícios, mas também de todos que me ajudaram a superá-los. Meus queridos amigos, minha família, meus colegas de jornal O Popular, meus colegas de UnB, os professores. Tudo, afinal, teve um final melhor do que poderia desejar. Em uma banca constituída por referências na área do Jornalismo, a começar pelo grande Muniz Sodré, ver meu trabalho ser elogiado e debatido com tanta elegância e respeito me deixou profundamente emocionado. Ver aquele esforço ser recomendado para publicação foi além do que poderia esperar. De tudo isso, ficam, para além da tese, a alegria de saber que tenho tantos amigos maravilhosos que torceram tanto por mim, saber que conto com uma família amorosa, saber que aprendi muito nessa jornada, conhecendo autores, reflexões, amadurecendo minhas próprias ideias. Muito obrigado a todos. Valeu demais!
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Doutorzite Aguda
Crônica publicada no jornal O Popular em julho
Olá, senhor Egocêntrico Narcísico! Como vai o senhor?
Senhor não! Doutor. Sou advogado, esqueceu?
Ah, claro! Perdão. Mas o que o traz ao meu consultório?
Doutor, estou muito deprimido.
Mas qual é o problema, “doutor”?
É que muita gente não me chama de doutor. Parecem que não enxergam o meu anel de rubi!
Bom, seu Egocêntrio...
Seu Egocêntrio, não! Doutor Egocêntrico, por favor!
Ah... Perdão. Bem, “doutor” Egocêntrico, as pessoas não são obrigadas a chamá-lo de doutor, não é verdade?
Como não? Não chamam o senhor de doutor? Por quê não podem me chamar de doutor?
Bom, até concordo que a maior parte das pessoas me chamam de doutor, mas chamam porque querem, porque se acostumaram. Eu não as obrigo a me chamarem assim.
Mas isso é um absurdo! Todo mundo sabe que há profissões que exigem esse tratamento?
Exigem por quê, “doutor”?
Porque exigem, ora essa! São profissões que têm sua formalidade, que impõem respeito!
Sei... Mas sua indignação se refere a algum episódio específico?
O porteiro, o padeiro, o jornaleiro... Ninguém me chama de doutor como deveria?
E deveriam chamá-lo de doutor por quê?
Porque estou em outra categoria social, porque estudei mais que eles, ora essa!
Sei... Mas o senhor tem doutorado em quê?
Doutorado? Como assim?
Se estudou tanto deve ter doutorado, não é? Com doutorado, aí sim o senhor é doutor, certo?
Que besteira é essa? Desde quando é doutor só quem tem doutorado?
Ainda que isso seja mesmo uma besteira, pois ninguém deve ser obrigado a chamar ninguém de nada, a lógica não diz que deveria ser assim?
Claro que não! E há sujeitos com doutorado que são verdadeiros idiotas!
Concordo. Mas eles estudaram mais que o senhor, não é? Assim como o senhor estudou mais que o padeiro e o porteiro, não?
O que o senhor está querendo dizer?
Que, por seus critérios de avaliação, o senhor... quer dizer, o senhor “doutor” é pior do que aqueles que têm doutorado assim como é melhor do que quem não fez curso superior.
Isso é uma bobagem!
Eu também acho, mas foi isso o que senhor acabou de dizer.
Foi?
Foi sim, “doutor”.
Olha aqui, doutor, o senhor está me confundindo. Sou doutor e pronto! Assino doutor no meu talão de cheques. Meus colegas me chamam de doutor. Portanto, sou sou doutor!
Caro senhor Egocêntrico, o senhor sofre de uma síndrome muito comum nos entre aqueles que arrebitam o nariz: doutorzite aguda. Vou receitar alguns remedinhos para o senhor e vai melhorar. Tome um comprimido de Humildade de 8 em 8 horas, durante um ano, todos os dias, logo após as refeições. Compre um complexo vitanímico que inclui Humanidade, Sensatez e Educação. E, por fim, vou receitar 10 injeções, na veia, de um composto à base de Desconfiômetro. É ótimo para esse tipo de vertigem típico de quem sobe no salto.
O senhor acha que eu preciso disso mesmo, doutor?
Ô, se precisa!!!!
Olá, senhor Egocêntrico Narcísico! Como vai o senhor?
Senhor não! Doutor. Sou advogado, esqueceu?
Ah, claro! Perdão. Mas o que o traz ao meu consultório?
Doutor, estou muito deprimido.
Mas qual é o problema, “doutor”?
É que muita gente não me chama de doutor. Parecem que não enxergam o meu anel de rubi!
Bom, seu Egocêntrio...
Seu Egocêntrio, não! Doutor Egocêntrico, por favor!
Ah... Perdão. Bem, “doutor” Egocêntrico, as pessoas não são obrigadas a chamá-lo de doutor, não é verdade?
Como não? Não chamam o senhor de doutor? Por quê não podem me chamar de doutor?
Bom, até concordo que a maior parte das pessoas me chamam de doutor, mas chamam porque querem, porque se acostumaram. Eu não as obrigo a me chamarem assim.
Mas isso é um absurdo! Todo mundo sabe que há profissões que exigem esse tratamento?
Exigem por quê, “doutor”?
Porque exigem, ora essa! São profissões que têm sua formalidade, que impõem respeito!
Sei... Mas sua indignação se refere a algum episódio específico?
O porteiro, o padeiro, o jornaleiro... Ninguém me chama de doutor como deveria?
E deveriam chamá-lo de doutor por quê?
Porque estou em outra categoria social, porque estudei mais que eles, ora essa!
Sei... Mas o senhor tem doutorado em quê?
Doutorado? Como assim?
Se estudou tanto deve ter doutorado, não é? Com doutorado, aí sim o senhor é doutor, certo?
Que besteira é essa? Desde quando é doutor só quem tem doutorado?
Ainda que isso seja mesmo uma besteira, pois ninguém deve ser obrigado a chamar ninguém de nada, a lógica não diz que deveria ser assim?
Claro que não! E há sujeitos com doutorado que são verdadeiros idiotas!
Concordo. Mas eles estudaram mais que o senhor, não é? Assim como o senhor estudou mais que o padeiro e o porteiro, não?
O que o senhor está querendo dizer?
Que, por seus critérios de avaliação, o senhor... quer dizer, o senhor “doutor” é pior do que aqueles que têm doutorado assim como é melhor do que quem não fez curso superior.
Isso é uma bobagem!
Eu também acho, mas foi isso o que senhor acabou de dizer.
Foi?
Foi sim, “doutor”.
Olha aqui, doutor, o senhor está me confundindo. Sou doutor e pronto! Assino doutor no meu talão de cheques. Meus colegas me chamam de doutor. Portanto, sou sou doutor!
Caro senhor Egocêntrico, o senhor sofre de uma síndrome muito comum nos entre aqueles que arrebitam o nariz: doutorzite aguda. Vou receitar alguns remedinhos para o senhor e vai melhorar. Tome um comprimido de Humildade de 8 em 8 horas, durante um ano, todos os dias, logo após as refeições. Compre um complexo vitanímico que inclui Humanidade, Sensatez e Educação. E, por fim, vou receitar 10 injeções, na veia, de um composto à base de Desconfiômetro. É ótimo para esse tipo de vertigem típico de quem sobe no salto.
O senhor acha que eu preciso disso mesmo, doutor?
Ô, se precisa!!!!
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Valsa Brasileira
Há canções que, de tão belas, chegam a doer!
Vivia a te buscar porque pensando em ti corria contra o tempo
Eu descartava os dias em que não te vi
Como de um filme a ação que não valeu
Rodava as horas pra trás, roubava um pouquinho
E ajeitava o meu caminho pra encostar no teu
Subia na montanha não como anda o corpo, mas um sentimento
Eu surpreendia o Sol antes do Sol raiar
Saltava as noites sem me refazer
E pela porta de trás, da casa vazia
Eu ingressaria, e te veria,
Confusa por me ver
Chegando assim mil dias antes de te conhecer
Chico Buarque & Edu Lobo
Vivia a te buscar porque pensando em ti corria contra o tempo
Eu descartava os dias em que não te vi
Como de um filme a ação que não valeu
Rodava as horas pra trás, roubava um pouquinho
E ajeitava o meu caminho pra encostar no teu
Subia na montanha não como anda o corpo, mas um sentimento
Eu surpreendia o Sol antes do Sol raiar
Saltava as noites sem me refazer
E pela porta de trás, da casa vazia
Eu ingressaria, e te veria,
Confusa por me ver
Chegando assim mil dias antes de te conhecer
Chico Buarque & Edu Lobo
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