Nossa vida é dividida em datas, do dia em que nascemos ao dia em que morremos.
Neste intervalo, milhares de datas se sucedem. Dia do início do namoro, dia do casamento, dia do nascimento do filho, o aniversário dos pais e dos irmãos, o Dia das Mães, o Dia dos Pais, o Dia da Criança, o Natal, o Ano Novo, Finados, Carnaval, feriado prolongado, dia de plantão.
Somos movidos a datas.
Uma agora me surge no horizonte: 21/12
Cabalística, não?
É o dia da minha qualificação de tese de doutorado. Dia de apanhar feito um cão sarnento da banca de avaliação, dia de enfrentar as feras que sabem milhares de vezes mais que eu, dia de defender meu trabalho como se fosse um filho (mesmo que ele esteja errado), dia de ser analisado dos pés à cabeça por quem assiste à sessão pública de tortura.
Preparar o espírito para O Dia. O primeiro grande dia desta jornada de quatro anos.
Tenho agora um prazo. Pouco menos de dois meses. A vida volta a girar em torno de uma data.